VIROU RUA
20
Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão.
Livro
do Pregador, cap. 3:20.
Nasceu em berço de ouro
E
ignora que o seu tesouro
Virará
pó
Após
rodar a sua mó
No
corpo material,
Que
descerá afinal
Ao
fundo da cova
Onde
cada célula se renova
Para formar novo corpo.
"Era um grande nome - ora que dúvida!
Uma verdadeira glória. Um dia adoeceu, morreu, virou rua... E continuaram a
pisar em cima dele."
Mário Quintana (1906 -
1994).
Poeta, tradutor e jornalista
brasileiro.
O pó sempre dá rasteira.
Deixa o orgulho ferido
E o orgulhoso segue inibido
Escoltado por mais de um
amigo
No seu tempo do fim...
"Desfaze-te da vaidade
triste de falar.
Pensa, completamente silencioso,
Até a glória de ficar silencioso,
Sem pensar."
Cecília Meireles
(1901-1964).
Professora, escritora,
jornalista, pintora e poetisa brasileira.
Toda pessoa vira rua,
Seja curta ou pequena,
Alvoroçada ou serena,
Arborizada ou não,
Asfaltada ou rua de chão,
Silenciosa ou cheia multidão.
"Que importa a paisagem, a Glória, a
baía, a linha do horizonte?
_O que vejo é o beco."
Manuel Bandeira (1886 -1968).
Poeta, crítico
literário e de arte, professor de Literatura e tradutor brasileiro.
A calçada da fama
Mesmo suja de lama
Chama a atenção
De uma porção
Que deseja a glória.
"A glória é o sol dos mortos."
Honoré de Balzac
(1799-1850).
Escritor francês.
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